Aconteceram ontem (03/05) mais três ações em São Paulo para relembrar os mortos e desaparecidos políticos da ditadura militar. As ações, de autoria da Frente de Esculacho Popular, integraram a Semana Nacional de Memória, Verdade e Justiça.
No alto da Lapa foram espalhadas diversas imagens de Ísis Dias de Oliveira, feitas com stencil em postes próximos à praça de mesmo nome, onde ela morou. A jovem combatente de 31 anos, militante da ALN (Ação Libertadora Nacional), desapareceu em 1972.
No mesmo bairro, à rua Pio XI, 767, aconteceu no dia 16 de dezembro de 1976 o chamado “massacre da Lapa”. Dois dirigentes do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), Ângelo Arroyo e Pedro Ventura Felipe de Araújo Pomar foram sumariamente assassinados pelas forças de repressão da ditadura. Além deles, João Batista Franco Drummond, que também estava presente no momento, foi preso e encaminhado ao DOI-Codi e morto sob tortura. No local, seus rostos foram pintados com stencil e uma placa de rua foi colocada em um poste.
Na rua Serra de Botucatu, no Tatuapé, há 40 anos as forças da repressão também assassinaram outras três pessoas. Napoleão Felipe Biscaldi, funcionário público aposentado passava pela rua no momento da ação e foi atingido. Mas o objetivo era executar dois jovens militantes da MOLIPO (Movimento de Libertação Nacional), Alexander José Ibsen Voerões e Lauriberto José Reyes, que foram brutalmente assassinados a tiros. No local também foi colocada uma placa de rua com seus nomes e seus rostos foram reproduzidos em stencil pela região.
Nos três locais, cartas foram entregues aos vizinhos e deixadas nas caixas de correio, contando a história dos militantes e o que aconteceu ali. O objetivo da ação foi relembrar a morte e manter viva sua memória desses militantes que dedicaram suas vidas à um país mais justo, a uma sociedade melhor. Essas mortes não podem ser esquecidas para que nunca se repitam.
Não esquecemos! Por Memória, Verdade e Justiça! Chega de impunidade!